London -(7-3-15) |
Se
no mundo ninguém conseguisse mentir serias tu igual ao que és hoje? Será que
tudo era igual? Será que reconhecerias o mundo? Assim, perguntas pelas quais só
depois de bem analisada a tua ficha poderás responder. Responder de imediato
nem sempre te leva a verdade, e ao contrário da mentira, o que será verdade?
Verdade é algo que se sabe ou é algo que podes afirmar e demonstrar; se não
houver provas daquilo que dizes deixa de ser verdade? Aí está, como diria um
grande sábio: “Eu só sei que nada sei” (Sócrates), a verdade pode ser tão
subjetiva como a mentira, porque ambas são precisas para a nossa sociedade. São
elas, as bases da estante onde colocamos os nossos livros, pois sem elas como
respondíamos às perguntas mais simples do dia-a-dia, como: “Como está?” ou
“Gostas da tua sogra?”. Sem elas, o mundo seria uma guerra constante porque
ninguém está preparado para a verdade, sendo ela a titã que traz o fogo, ao
respondermos ao habitual:” Achas que estou gorda?” do nosso(a) parceiro(a) com
um: “Estás amor, muito mesmo!”; seria uma miscelânea de choro, raiva com uma
pitada drama. Na nossa sociedade temos quem diga a verdade, mas esses são
postos em manicómios ou em escolas primárias para serem formatados para o resto
da linha de montagem desta grande fábrica de mentes quadradas. É assim o mundo
que nos rodeia, e enquanto as grandes questões da vida vão se manter no
mistério de Pandora até ao fim da nossa mísera existência, como seres
comerciais da versão original humana.
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