segunda-feira, 20 de abril de 2015

Pandora

London -(7-3-15)
Se no mundo ninguém conseguisse mentir serias tu igual ao que és hoje? Será que tudo era igual? Será que reconhecerias o mundo? Assim, perguntas pelas quais só depois de bem analisada a tua ficha poderás responder. Responder de imediato nem sempre te leva a verdade, e ao contrário da mentira, o que será verdade? Verdade é algo que se sabe ou é algo que podes afirmar e demonstrar; se não houver provas daquilo que dizes deixa de ser verdade? Aí está, como diria um grande sábio: “Eu só sei que nada sei” (Sócrates), a verdade pode ser tão subjetiva como a mentira, porque ambas são precisas para a nossa sociedade. São elas, as bases da estante onde colocamos os nossos livros, pois sem elas como respondíamos às perguntas mais simples do dia-a-dia, como: “Como está?” ou “Gostas da tua sogra?”. Sem elas, o mundo seria uma guerra constante porque ninguém está preparado para a verdade, sendo ela a titã que traz o fogo, ao respondermos ao habitual:” Achas que estou gorda?” do nosso(a) parceiro(a) com um: “Estás amor, muito mesmo!”; seria uma miscelânea de choro, raiva com uma pitada drama. Na nossa sociedade temos quem diga a verdade, mas esses são postos em manicómios ou em escolas primárias para serem formatados para o resto da linha de montagem desta grande fábrica de mentes quadradas. É assim o mundo que nos rodeia, e enquanto as grandes questões da vida vão se manter no mistério de Pandora até ao fim da nossa mísera existência, como seres comerciais da versão original humana.

Sem comentários:

Enviar um comentário